29 de mai. de 2021

NOVAS GERAÇÕES DA MODA SERTANEJA RAIZ

Com viola até no sobrenome, Maísa e Amarílis defendem a tradição da música raiz “Maísa e Amarílis, com sobrenome Viola”. Assim diz uma música da única dupla feminina que carrega duas violas caipiras no peito e mantêm a essência da música de raiz. Quando surgem em qualquer palco, Maísa e Amarílias deixam de lado a cara de duas menininhas que só deveriam estar estudando e soltam a voz defendendo a tradição sertaneja."No ao vivo a coisa muda. Quando chega a hora, o sistema fica deferente", diz a dupla. Uma canta um pouco mais grave, a outra mais aguda. Parecem que nasceram para cantar juntas. Com 16 anos de idade, as duas cuiabanas já carregam no currículo da música uma lembrana do oitavo lugar que conquistaram em um duelo de novos violeiros que tinha mais de 30 participantes, e também já fizeram diversas apresentações em programas de TVs, rádios e concursos. Maísa, um pouco mais falante, teve aulas para aprender a tocar o instrumento “Desde os 11 anos eu faço isso”, disse a violeira. Com Amarílis foi diferente. “Aprendi sozinha. Só ficava olhando e ia pegando os acordes. Tudo sozinha”, contou. Por serem as únicas a defender o sertanejo de raiz na Capital, as violeiras chamam atenção por onde passam. Simpátias e de sorriso fácil... e apesar de toda a pinta de modelos, elas crescem mesmo é quando sobem ao palco, onde entoam modões sertanejos e dedilham o instrumento que dá a elas o sobrenome artístico desde abril deste ano. “Aprendemos a gostar de sertanejo com nossa família, ouvindo Inezita Barroso, Tião Carreiro e Pardinho, a boa viola caipira. A música está na raiz. Se pegarem nosso playlist vão encontrar só modão”, garantem Maísa e Amarílis Viola. Além de tocar viola, elas cursam o ensino médio. Maísa quer se formar em Agronomia, já Amarílis sonha com a viola. “Por enquanto quero só a música”, disse. Na escola e na rua, elas são sempre assediadas por causa da cantoria. “Tem gente que até mexe com a gente, fala que quer namorar e tal, mas nosso foco é a música”, contou Maísa, que, assim como Amarílis, está solteira. “Sem intenção alguma por enquanto”, riram as meninas. As duas violeiras começaram em carreira solo. Maísa tinha se apresentado em um festival sertanejo no ano passado e a amizade com Amarílis começou via internet. “Falamos pela net e depois marcamos um ensaio. Depois já estávamos falando em ensaiar uma música pro festival, e lá conseguimos oitavo lugar, perto de gente que já estava ensaiando há muito tempo. Foi a maior realização e a força pra gente continuar”. Por serem novas de idade e ainda pouco conhecidas, Maísa e Amarílis ainda caminham lentamente para o sucesso. “Temos um sonho de cantar no Barretão, a maior festa de peão do Brasil. Mas sabemos que até lá vai demorar. Sabemos que temos que batalhar, ensaiar, tocar e passar por muito perrengue, mas não vamos desistir”, comentou Maísa. Amarílis compactua do mesmo pensamento e garante que persistência é sua palavra de ordem. “Quem achar que meu orgulho é grande é porque não conhece o tamanho de minha fé. Vamos persistir muito e não deixar a bandeira da música sertaneja cair”, disse a violeira. Durante a entrevista elas cantaram, sorriram, pontearam a viola e ainda contaram piada. Maísa e Amarílis são muito bem assessoradas pelos pais. Por onde vão, pais e mães vão juntos. “Eles são nossos esteios. Com certeza, mesmo quando a gente for de maior eles estarão juntos”, contou.

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