JOSÉ FORTUNA
O "Advogado" da música caipira
23 anos sem o “advogado” da música caipira
José Fortuna, o grande poeta caipira, deixou mais de 800 composições inéditas.
“Velha avenida, onde deixei rastro de infância que virou saudades, e hoje existe em cada esquina meu nome escrito para eternidade”.
Foi com a belíssima música “Avenida Boiadeira”, que José Fortuna finaliza uma carreira de exatos 40 anos, constando em seu gabarito cerca de 2500 composições, (sendo que 800 delas ainda não foram gravadas), exatos 42 dramas teatrais, estes representados pela também sua Companhia de Teatro “Os Maracanãs”, recorde de público nacional entre os anos de 1960 a 1972.
Tudo se inicia na pequena cidade de Itápolis, interior de São Paulo. De lá, em 1947, partem para a gigantesca São Paulo dois irmãos com o mesmo sonho: o de tornarem um dia, grandes e reconhecidos artistas. Estes dois jovens levavam o nome de Zé Fortuna e Euclides (que mais a frente receberá o seu apelido eterno de Pitangueira).
No começo como sempre, nada foi fácil e os irmãos Fortuna tiveram que encontrar um emprego para que lá tentassem sobreviver.
Depois veio outro obstáculo: a falta de horário em rádios para que pudessem se exibir. Quando estavam quase desistindo da tão sonhada carreira artística, José e Euclides Fortuna conseguem um modesto espaço na Rádio Piratininga. Daí em diante só lhes restaria à fama: Rádio Nacional, Rádio Record e a tão respeitada Tupi, foram conquistadas, sempre na companhia do grande e eterno acordeonista Zé do Fole, que também era ator da Companhia.
O que muita gente não sabe ainda, e talvez por culpa da mídia brasileira que não estabelece uma valorização tanto do intérprete quanto do compositor da música, é que dezenas de canções que já se tornaram verdadeiros hinos são de autoria do grande José Fortuna.
Dentre elas e para espanto de muitos vale destacar: “Índia” (regravada atualmente por Roberto Carlos); “Meu Primeiro Amor” (Caetano Veloso, Joana e Fagner e recentemente Bruno e Marrone); “Riozinho” (interpretada primorosamente pelas Irmãs Galvão), “Terra Tombada” ( Chitãozinho e Xororó); “24 Horas de Amor”( na voz de Mato Grosso e Matias), entre muitas outras, além das que se imortalizaram na voz do trio como “Paineira Velha” e “Lembranças”.
José Fortuna nos deixou no ano de 1983, vítima de uma doença que o seguiu desde sua infância: o mal de Chagas.
Hoje quem cuida de suas mais de 2400 composições é Iara Fortuna, sua filha, casada com o cantor Paraíso, residentes estes na cidade de São Paulo onde dirigem uma editora musical.
Após o lançamento de dois CDS que prestam uma homenagem por parte de alguns cantores ao “advogado” da música caipira como era conhecido José Fortuna, Iara já adiantou que provavelmente até o final desse ano, seja publicado o segundo e tão esperado livro de poesias da autoria de seu pai.

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